quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Simpósio começa com debate sobre formação, novas tecnologias e mercado


Mesa reúne editores dos principais jornais da região

O papel do jornalismo impresso diante das novas tecnologias, a formação profissional e o mercado de trabalho foram temas da mesa-redonda composta por representantes dos principais jornais da região, ocorrida nesta segunda-feira (27/10), no Auditório Verde da Unimep.

O debate abriuo 2º Simpósio do Curso de Jornalismo da universidade e teve a participação de Marisa Massiarelli Setto, editora-chefe do Jornal de Piracicaba, Erich Vallim Vicente, editor-chefe do jornal A Tribuna Piracicabana, Marcos Brogna, editor-chefe do jornal O Liberal, de Americana, Antonio Cláudio Bontorim, redator chefeda Gazeta de Limeira e José Roberto Santana, diretor de redação do jornal Cidade de Rio Claro.

A integração entre impresso e tecnologias multimídias foi um dos principais pontos abordados pelos expositores. Diante da discussão em torno do futuro dos jornais impressos, supostamente ameaçados pela Internet, foi manifestada a necessidade de constante renovação. Marisa Setto apontou a tendência de que as empresas jornalísticas se transformem em empresas multimídias: "As redações têm que procurar formas de globalizar cada produto dentro das suas linguagens", explicou.

As discussões da mesa-redonda apontaram para a necessidade dos meios impressos repensaremseus diferenciais e investir em qualidades que a própria Internet não oferece: a credibilidade, o jornalismo analítico, a opinião embasada, o aprofundamento e a contextualização, em contraponto à informação não checada e ao imediatismo perigoso da web. "Pela própria forma do recurso virtual, parece meio maçante fazer a leitura do conteúdo analítico", destacou José Roberto Santana. "Muitas vezes o leitor da Internet tem que ser um editor de texto e não apenas leitor", reforçou Marcos Brogna.

Sobre mercado de trabalho em comunicação, Santana destacou o momento em alta para os concursos públicos, além da busca crescente por profissionais que dominem as ferramentas da web. A comunicação corporativa como possibilidade de atuação foi lembrada por Erich Vicente: "Cada vez mais as empresas estão utilizando o jornalista para se comunicar internamente", afirmou.



Profissionalização

Os editores pontuaram ainda o crescimento apresentado pelo jornalismo regional, beneficiado pela profissionalização das redações decorrente das novas tecnologias. Para eles, os jornais locais possibilitam uma proximidade com o leitor que os grandes veículos já não oferecem. Além disso, estão mais abertos à recepção dos novos profissionais, em contraste ao mercado saturado da grande mídia.

A formação acadêmica foi outro ponto de reflexão durante o evento. Cláudio Bontorim defendeu uma reestruturação nos currículos, com atenção à prática, e a necessidade da busca por uma bagagem cultural: "Acredito na formação cultural ampla do profissional à medida que ele possa ter uma graduação anterior e, na especialização, se formar em jornalismo", afirmou.José Roberto Santana, que não tem graduação em jornalismo, mas possui o registro profissional pelo tempo de exercício, reconheceu a importância da formação universitária: "O diploma deve ser exigido e é extremamente importante. Apenas a formação superior oferece ao jornalista alavancagem na questão ética. A pratica por si só é meio cega", disse Santana.

O reconhecimento da ética como base da profissão e a possibilidade de atuar de forma pró-ativa junto à sociedade foram mencionados durante a mesa-redonda: "O jornalismo é um dos pilares da democracia. Não podemos abrir mão da liberdade de imprensa", destacou Cláudio Bontorim.

O 2º Simpósio do Curso de Jornalismo prossegue até a próxima sexta-feira. Confira a programação.
(Texto: Ângela Silva. Fotos: Aline Cristiane )

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