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Vanessa Haas
Os participantes do 2º Simpósio do Curso de Jornalismo da Unimep tiveram a oportunidade de assistir, na última quarta-feira (29), ao documentário “Uma Empresa Decente”, do diretor francês Thomas Balmés.
Produzido em 2004, o filme analisa a tentativa da norte-americana Nokia de mostrar ao público que seu trabalho é ético e decente.
Ao contratar Louise Jaminson, responsável pela ética empresarial, os diretores da norte-americana Nokia decidem ir até a fábrica de um de seus fornecedores, na China, para fazer uma inspeção.
A visita constata diversas irregularidades por parte dos responsáveis pela fábrica, tais como: a moradia dos operários, a comida, as questões de higiene e segurança, e principalmente o salário, abaixo da média estabelecida em lei.
Assim como Louise, Hanna Kasinkhen também não aprova as condições da fábrica. Ao falarem com algumas operárias, já que 90% dos funcionários da fábrica são mulheres, elas ouvem casos de maus tratos, e reclamações da qualidade da comida e dos banheiros.
Ao visitarem os quartos, superlotados, observam que as latrinas são como fossas. Também constatam a existência de produtos químicos ao lado dos copos de água. Mas, a questão que mais chama a atenção é a cobrança de “multas” dos funcionários, o que remete também ao problema das horas-extras. De acordo com o chefe do departamento, as operárias trabalham uma jornada de 12 horas, porém ganham por oito.
Ao levarem os problemas para o dono da fábrica a equipe se depara com um desafio: o dono não gostou das filmagens feitas por Thomas Balmés, e diz que muitos associados pediram sigilo quanto a sua interação com a empresa.
A desculpa que surge é que o documentário foi encomendado pela própria Nokia para que registrasse as visitas e que não seria visto por mais ninguém. Felizmente, não é isso o que acontece.
De uma forma séria e humana, Balmés registra que a China, considerada uma das maiores potências econômicas da atualidade, ainda não conseguiu resolver o dilema: trabalhar eticamente ou visar somente os lucros?
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